domingo, 24 de outubro de 2010

Sal da terra



Quando Jesus disse que devíamos ser sal da terra, na verdade, mostrou um grande ensinamento para nossa vida.
O sal antigamente tinha várias utilidades, uma delas era acompanhar o pagamento do trabalhador no momento da entrega do dinheiro ao empregado pelo patrão, por isso denominou-se salário. A quantia em espécie era entregue juntamente com um saquinho de sal.
Entretanto, não foi esse o foco da mensagem de Jesus. Teve haver com a função precípua do sal, isto é, temperar e dar sabor ao alimento. Mateus relata a palavra de Jesus dessa forma: “Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançado fora, e ser pisado pelos homens”. Marcos já relata um pouco diferente: “Bom é o sal; mas, se o sal se tornar insípido, com que o temperareis? Tende sal em vós mesmos, e paz uns com os outros.
Embora os dois relatos tenham nuances diferentes, querem dizer a mesma coisa.
Numa sociedade insípida, sem amor e sem perdão, e que só quer saber dos seus próprios interesses, temos que ser realmente a diferença, sabor e o equilíbrio, porque se assim não for, seremos vistos exatamente como contrário, ou seja, o destempero, ou os “destemperados”. Notemos que quando o sal está presente na alimentação, quase não o notamos, por que é comum a sua presença na comida, mas quando ele não está sentimos muito a sua falta.
Nossa presença no mundo também é assim: se fazemos o nosso papel todo dia, ninguém notará muito a nossa função, conquanto estejamos ali presentes, mas se falharmos, nossa ausência será encarada como o maior “destempero do mundo”.
Tão marcante quanto à função de salgar do elemento sal, é o destino que terá o mesmo elemento, se não desempenhar sua função. O sal insípido serve para ser pisado pelos homens. Embora fazer estrada fosse outra utilidade do sal naquela época, essa seria uma função secundária.
É interessante notar a distância funcional do sal, qual seja, se por um lado está para dar sabor a algo que vai para dentro do indivíduo, por outro está para ser simplesmente piso do homem. A distância conotativa é ainda mais acentuada, a saber, que de certa forma o “sal” está para ser determinante no ser humano, e se assim não for, será “pisado” pelo mesmo ser humano.
Em suma, Jesus disse que temos que ser o diferencial numa sociedade sem sabor, pois se não formos elementos determinantes, usados por Deus para dar sabor e equilíbrio à humanidade, seremos, conseqüentemente, descartados por ela, como algo que perdeu o seu primeiro valor.
Pense nisso!
Fraternalmente Guilherme Carpenter

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