A grande maioria da sociedade brasileira, não nasceu em berço dourado, e por isso “rala” muito até conseguir um lugar ao sol. Outra parcela é aquela que já nasceu olhando de cima para baixo, e o máximo que faz, é perpetuar a condição herdada.
Imagine, que tem gente que nasceu e vive no vale do Jequitinhonha - MG, local de baixíssimo índice social, e que nunca viu o mar por total impossibilidade de sair dali e, gente que vive em Ipanema, bairro “chic” da cidade do Rio Janeiro, e que também quase nunca sai dali, sequer para conhecer a cultura do “calçadão” de Madureira, só que por total desinteresse para com a realidade do “outro”. Não estou aqui para execrar quem tem melhor condição social e econômica, mas deixar registrada a indignação com o espírito de indiferença para com o semelhante.
A razão de escrever estas linhas, mesmo que no final do mês de julho, é passagem do aniversário do meu papai, pastor emérito da Igreja da Cantareira, que é alguém que experimentou o convívio com a mais alta sociedade, como por exemplo, a presidência da república e também vivenciou grande depressão social e econômica. Talvez, seja por isso que compôs a poesia “Socorro”, a qual passo a descrever in verbis:
Peço socorro e não ouço nada,
nem o eco, nenhum ruído,
chega ao meu atento e angustiado ouvido.
Peço socorro e os homens ocupados,
fingem distâncias, pois não sofrem a vida
dos que vivem a vida mais desesperada.
Peço socorro porque vejo a cruz pesada,
sobre o ombro amigo do desamparado,
que igual a mim, um dia foi criado.
Derrepente na minha alma jorra luz,
e compreendo o símbolo da cruz,
então, peço socorro pelos que não sofrem nada.
William Carpenter
Pense nisso!
Fraternalmente em Cristo Jesus,
Guilherme Carpenter